quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Trabalho infantil


A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de trabalho para menores de 14 anos. A partir dessa idade, o trabalho é permitido, desde que na condição de aprendiz, com autorização dos pais e em atividades que não sejam degradantes, perigosas ou insalubres. No entanto, aproximadamente 4,5 milhões de pessoas entre 5 e 17 anos trabalhavam no Brasil, em 2008, de acordo o IBGE. Apesar desses dados, a cada ano vem diminuindo o número de crianças e jovens com até 16 anos que trabalham em nosso país.

Normalmente, o trabalho infantil no Brasil está relacionado à pobreza rural, mas existem casos, como na região Sul, em que, por tradição, pequenos proprietários que exercem agricultura familiar contam com a ajuda dos filhos nas atividades da lavoura. Mas, de forma geral, a situação do trabalho infantil constitui um grave problema social.


Nas grandes cidades, são comuns casos de crianças que perambulam pelos lixões, vendem balas e doces nos faróis, realizam acrobacias pelas ruas em troca de qualquer quantia e exercem atividades domésticas, em especial no caso das meninas. Essa prática, além de limitar a infância, acaba comprometendo sua vida futura. A deficiência escolar, além das limitações do sistema educacional, está associada também ao trabalho infantil. A taxa de escolarização de crianças e adolescentes que tiveram uma história de trabalho em idade precoce é mais baixa que as taxas dos que não foram obrigados a trabalhar.

Embora o número de crianças trabalhadoras seja muito elevado, a adoção de políticas visando a erradicação do trabalho infantil vem mostrando resultados. Um exemplo são os programas sociais voltados para a educação, que asseguram uma renda mensal as famílias pobres e miseráveis para manter os filhos na escola.

 

Brasil - trabalho infantil (1992-2007)

 

 

 

Fonte: Pnad. Síntese dos Indicadores Sociais 2007. P. 111.

 

Contexto literário

 

Os meninos do não

 

Não amanheceram sob os cobertores

não mastigar o pão da manha

não traçaram sobre o papel

o desenho incerto

das primeiras letras.

 

Não brincaram no parque

dos outros meninos.

Não havia cobertores,

havia o vento da madrugada

cortando a boca cerrada

no caminhão dos boias-frias.

 

Não havia pão

havia o chá amargo

queimando a língua e o sonho

a vida amarga

queimando a língua e o sonho.

 

 

 



Não havia papel,

não havia escola,

não havia futuro

meninos do não

 

Nas mãos, uma tristeza

infinitamente....

As mãos destes pequenos

são mais maduras que os meus olhos.

 

TIERRA, Pedro. Disponível em: <http://www.race.nuca.ie.ufrj.trabalho-infantil/Crianca/producao.htm> Acesso em: 25 nov. 2009.

 


  Bibliografia

Território e sociedade no mundo globalizado: geografia: ensino médio, volume 3 / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça. -1. ed.-São Paulo Saraiva, 2010.
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