Outra
abordagem teórica sobre a temática da ideologia é a do filósofo italiano
Antonio Gramsci. Seus estudos procuram valorizar o papel da cultura no
desenvolvimento da luta de classe.
Para Gramsci,
a ideologia pode ser compreendida como visão
de mundo, um conjunta de perspectivas produzidas pelas diferentes classes
sociais que se materializam nas práticas sociais ao mesma o tempo que são influenciadas
por elas, formando um sistema de valores culturais. A ideologia apresenta o
modo como cada grupo ou classe social atribui sentido a sua existência no mundo.
As ideias filosóficas Antonio Gramsci influenciaram Paulo Freire. |
Duas
consequências importantes derivam dessa visão. A primeira é a valorização da
cultura na análise das relações sociais. A segunda é o papel as classes
dominantes podem ter no processo de transformação da sociedade.
Antonio Gramsci
Antonio Gramsci (1891-1937) foi um dos
principais intelectual marxista do século XX. É um dos responsáveis por
valorizar o papel da cultura na luta de classes. Para Gramsci, a chegada das
classes trabalhadoras ao poder deve ser precedida pela mudança de mentalidade
de sociedade. Ele atribui à educação e à cultura uma importância
significativa na formação da sociedade, pois são espaços para a construção da
hegemonia social.
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Na visão de Gramsci, as ideologias são expressões
das experiências sociais de grupos e classes sociais e estão profundamente
vinculadas às práticas culturais de sujeitos coletivos. Sendo assim, as classes
dominantes procuram difundir sua forma de explicar o mundo, de modo que possam
inspirar o comportamento cultural das classes dominadas e influenciá-lo Quando
isso ocorre, estamos diante de uma situação denominada por ele de hegemonia.
Hegemonia
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Domínio moral e politico de uma classe social
subalterna, com base no sentimento dos subordinados e não na violência.
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Em
qualquer sociedade, o exercício do poder pressupõe um alternância entre a
coesão e consenso. O exercício da hegemonia de uma classe sobre as demais prevê
o domínio baseado no consenso e não na força. Isso pode ocorrer pela difusão da
ideologia da classe dirigente para todas as esferas da vida, de maneira que se
tome a concepção de mundo de todas as classes.
Isso significa que a classe dominante, ao difunda as ideias sobre o papel dos trabalhadores a questão do desemprego, não tem como objetivo produzir uma falsa consciência da realidade, mas Influenciar o modo como esses trabalhadores vão se comportar em seu cotidiano, cobrando mais de si mesmo mais que dos seus empregadores ou do Estado. Portanto a dominação ocorre também no âmbito das relações culturais. No entanto, para Gramsci, as classes dominadas não precisam ser elementos passivos nesse processo. Elas podem construir sua própria visão de mundo e se contrapor à visão dominante. Esse processo se chama contra-hegemonia. Para isso, e necessária a existência de intelectuais vinculados às classes dominadas, que possam ajudar a produzir outros olhares sobre o mesmo fenômeno.
Isso significa que a classe dominante, ao difunda as ideias sobre o papel dos trabalhadores a questão do desemprego, não tem como objetivo produzir uma falsa consciência da realidade, mas Influenciar o modo como esses trabalhadores vão se comportar em seu cotidiano, cobrando mais de si mesmo mais que dos seus empregadores ou do Estado. Portanto a dominação ocorre também no âmbito das relações culturais. No entanto, para Gramsci, as classes dominadas não precisam ser elementos passivos nesse processo. Elas podem construir sua própria visão de mundo e se contrapor à visão dominante. Esse processo se chama contra-hegemonia. Para isso, e necessária a existência de intelectuais vinculados às classes dominadas, que possam ajudar a produzir outros olhares sobre o mesmo fenômeno.
Significa dizer
que as organizações sindicais e os grupos políticos ligados aos trabalhadores
podem produzir explicações distintas daquelas apresentadas pelas classes
dominantes. Ao fazê-lo permitem aos trabalhadores e ao conjunto mais amplo da
sociedade rejeitar a ideia dominante e se mobilizar contra as relações vigentes.
As
organizações de trabalhadores podem ser uma forma de construção de contra-hegemonia.
O Educador e
filosofo pernambucano Paulo Freire (1921-1997) elaborou uma reflexão sobre o
papel da ideologia que se vale dos dois aspectos utilizados anteriormente. Para
ele, a ideologia dominante e incutida na mente e na prática dos indivíduos por
meio do processo educacional. A pedagogia tradicional associa-se ao modo de ver
e agir das classes dominantes e falseia a realidade, apresentando o olhar
dominante como o único possível.
Em sua obra, o
pensador brasileiro discute como a escola reproduz e ensina aos estudantes a
ideologia dominante, principalmente quando adota o modelo que ele denomina
educação bancária. Freire afirma que o modelo de educação adotada em nossa
sociedade produz exclusão, desigualdade e miséria, além de manter a submissão
das classes populares às elites dominantes.
Mas a educação
pode cumprir outro proposito social, de caráter emancipatório. Como Gramsci,
Freire considera que ela também pode ser utilizada como ação contra-hegemônica.
Por meio do desenvolvimento de uma ação pedagógica que rejeite os valores pelos
quais a ideologia dominante reproduz injustiças sob o discurso do mérito
individual, Freire acredita que as classes populares podem produzir um discurso
alternativo sobre o mundo, permitindo aos dominados se libertarem do controle
ideológico e se tornarem sujeitos ativos na transformação da sociedade.
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