O
senso comum é um tipo de pensamento que não foi testado, verificado ou
metodicamente analisado. Geralmente, o conhecimento de senso comum está
presente em nosso cotidiano e é passado de geração a geração. Podemos afirmar
que este tipo de conhecimento é, categoricamente, popular e culturalmente
aceito, o que não garante a sua validade ou invalidade.
O
senso comum, por ser obtido a partir de um movimento de repetição cultural,
pode estar correto ou não. Não é possível confiar neste tipo de conhecimento
como se confia na ciência, mas também não podemos invalidá-lo de imediato, pois
o fato de não se estabelecerem métodos e testes comprobatórios, não significa,
necessariamente, que o tipo de conhecimento popular está errado.
O
senso comum é movido, geralmente, pela opinião. É transmitido de geração a
geração e consideramos um tipo de conhecimento sem qualquer base científica.
Você
já deve ter ouvido muito a respeito de:
-
Chá de boldo cura problemas no fígado. ...
-
Ameixa e mamão ajudam a regular o intestino. ...
-
Em time que está ganhando não se mexe. ...
-
Há solução para tudo, menos para a morte. ...
-
Brasileiro gosta de samba, churrasco e futebol.
Embora
possamos considerar senso comum e ciência como dois tipos de conhecimentos opostos,
porque inicialmente são muito diferentes, entretanto, existem algumas
concepções e ideias que sugerem que, de certa forma, um completa o outro. De
fato, a ciência é a fonte de conhecimento mais segura que temos, mas a validade
do senso comum, em alguns casos, é notável. Se pensarmos que grandes pesquisas
científicas que levaram a grandes descobertas farmacêuticas partiram do
conhecimento de senso comum de plantas medicinais, por exemplo, temos um
elemento para considerar o senso comum como um bom ponto de partida para
impulsionar a ciência.
Um
bom exemplo disso é o caso da utilização do boldo para resolver problemas
digestivos, uma vez que, na sabedoria popular, apenas o senso comum admitia
essa relação, porém, estudos farmacêuticos já comprovaram a eficácia do boldo
para tratamento de indigestões e intoxicações, o que resultou no
desenvolvimento de fármacos à base da planta.
Aristóteles
definiu a ciência como um "conhecimento demonstrativo", ou seja, um
tipo de conhecimento comprovado que pode ser expressado por meio de uma
demonstração, com fundamento em observações, análises e experimentos
considerando as mais diversas hipóteses sobre aquele assunto. Mas, se alguém
perguntar a você "o que é ciência?", talvez seja difícil pensar em
uma resposta correta, rápida e objetiva.
Especialistas
determinam o século XVII – com a Revolução Metodológica e Científica proposta
por Galileu (1564-1642) – como o mais importante para a ciência. Alguns
pensadores costumam determinar uma época para o surgimento ou o nascimento da
ciência, mas é fato que desde que o mundo existe, há ciência: alguém produziu o
fogo, precisou produzir algum tipo de medicamento... desde sempre alguém quebra
uma perna ou um braço, se corta, tem febre ou dor de cabeça...
A
palavra "ciência" vem do latim "scientia", que significa
"conhecimento". Por isso, é correto dizer que você "tomou
ciência" quando tomou conhecimento de alguma coisa que aconteceu, de um
fato.
No
sentido mais específico da palavra, a ciência é aquele tipo de conhecimento que
busca compreender verdades ou leis naturais para explicar o funcionamento das
coisas e do universo em geral. É por isso que cientistas fazem observações,
verificações, medições, análises e classificações, procurando entender os fatos
e traduzi-los para uma linguagem estatística. E é aí que entra o método
científico.
Se
para tudo na vida precisamos de meta, na ciência não é diferente. Toda pesquisa
tem uma meta – ou objetivo. E método, nada mais é do que o caminho que
percorremos para alcançar a meta.
Em
regra geral, o método científico segue algumas etapas básicas que são
padronizadas para que o planejamento da pesquisa seja orientado. Podemos dizer
que nem todas são obrigatórias, mas normalmente há uma ordem: observação,
elaboração do problema, levantamento de hipóteses, experimentação, análise dos
resultados e conclusão.
Vale
ressaltar que quando falamos de ciência, estamos incorporando todas as ciências
existentes, considerando as especificidades de cada uma delas. Por exemplo: nas
Ciências Humanas, nem tudo pode ser reproduzido em laboratório.
A
Sociologia como ciência
As
Revoluções
A História do
surgimento da Sociologia data do século XVIII, em decorrência da Revolução
Industrial e da Revolução Francesa, que evidenciaram mudanças significativas na
sociedade.
A Revolução
Industrial foi um processo de grandes transformações econômico-sociais que
começou na Inglaterra no século XVIII. Um processo que levou à substituição das
ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de
produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril. Contribuiu para o
fortalecimento e o enriquecimento da burguesia, mas trouxe consequências
desastrosas à classe trabalhadora: os trabalhadores antes artesanais agora
precisam trabalhar em fábricas, sem iluminação ou ventilação adequadas, com uma
jornada de trabalho que chegava a 15h diárias, com o controle e a rigidez de um
relógio e um gerente que monitorava o trabalho.
A Inglaterra foi
precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles:
possuir uma rica burguesia, o fato de o país possuir a mais importante zona de
livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização privilegiada junto ao
mar, o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos.
Como muitos
empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo forçado a
trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso,
mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar para sustentarem suas
famílias.
Diante disso,
alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas condições de trabalho
oferecidas, e começaram a sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os
quebradores de máquinas“. Outros movimentos também surgiram nessa época com o
objetivo de defender o trabalhador.
O trabalhador em
razão deste processo perdeu o conhecimento de toda a técnica de fabricação,
passando a executar apenas uma etapa.
Devido à baixa
remuneração, condições de trabalho e de vida sub-humanas, os operários se
organizaram. Desta forma, associaram-se em organizações trabalhistas e
sindicatos para reivindicar melhores e menores jornadas de trabalho e aumento
de salários.
A mecanização se
estendeu do setor têxtil para a metalurgia, transportes, agricultura, pecuária
e todos os outros setores da economia, inclusive o cultural.
A Revolução
Industrial estabeleceu a definitiva supremacia burguesa na ordem econômica. Ao
mesmo tempo acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe
operária. Era o início de uma nova época, onde a política, a ideologia e a
cultura gravitavam em dois polos: a burguesia industrial e financeira e o
proletariado.
As fábricas
empregavam grande número de trabalhadores. Todas essas inovações influenciaram
a aceleração do contato entre culturas e a própria reorganização do espaço e do
capitalismo.
Nessa fase, o
Estado passou a participar cada vez mais da economia, regulando crises
econômicas e o mercado e criando uma infraestrutura em setores que exigiam
muitos investimentos.
A Revolução
Francesa é o nome dado ao ciclo revolucionário que aconteceu na França entre
1789 e 1799 que marcou o fim do absolutismo naquele país. Essa revolução, além
de seu caráter burguês, teve uma grande participação popular e atingiu um alto
grau de radicalismo, uma vez que a situação do povo francês era precária em
virtude da crise que o país enfrentava.
O fato mais
significativo é a tomada da prisão da Bastilha, em 14 de julho de 1789. Um mês
depois, os franceses promulgaram a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão.
Neste documento
foi consagrado o princípio de igualdade de todas as pessoas perante a lei.
Esta revolução
foi um marco na história da humanidade porque inaugurou um processo que levou à
universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais a partir da
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, entre outras conquistas.
No final do
século XVIII, a França era um país agrário, com a produção estruturada no
modelo feudal. Devido às guerras na América e às más colheitas, a França
atravessava uma crise econômica e política e para resolvê-la, os ministros do
rei Luís XVI sugeriram que a nobreza e o clero deviam pagar impostos.
Por outro lado,
para a burguesia e parte da nobreza, era preciso acabar com o poder absoluto do
rei Luís XVI.
Fonte
Orientação
de Estudos – SEEDUC RJ
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